quarta-feira, 23 de maio de 2012



Erinlé (Erínlè) é uma divindade Yorubá cujo culto se localiza junto do rio com o seu nome, um afluente do rio Osùn (Oxum) que atravessa Ìlobùú, uma cidade do sul da Nigéria Ocidental, Ogbomoxo e Oxogbo, centro de comércio de produtos agrícolas como inhame, milho, mandioca, óleo de dendê, abóbora, feijão e quiabo. Caçador, pescador e médico-botânico, neste aspecto muito similar a Osanyin (Ossain), pelo que o cajado dos sacerdotes de Erinlé (òsù-erínlè) assemelha-se ao cajado dos sacerdotes de Ossain.
Embora possa ser descrito como uma divindade hermafrodita, nas terras Yorubás é cultuado como uma divindade masculina. No candomblé Ketu, no Novo Mundo, Erinlé é apresentado muitas vezes como Òsóòsì (Oxóssi) Ibualama, um velho caçador, ou como Inlé, um jovem delicado. Certo é que Erinlé mora na floresta como Ossain e Oxóssi, possuindo ainda ligação com Okô, o Orixá da agricultura, e ao mesmo tempo nas águas como Yemanjá, Oxum e Otin. Dessa ligação com as águas se diz que Erinlé mora onde a água doce se encontra com a água salgada. Erinlé seria acompanhado por Abatan, sua contrapartida feminina, metade do equilíbrio masculino-feminino. Na Nigéria Erinlé tem vários caminhos (ibú): ojútù, Álamo, Owáálá, Abátàn, Ìyámòkín, Àánú.
Lenda de Erinlé
Orunmilá consultou Ifá, antes de deixar Ifé, para ir a um país de vales.
Os adivinhos lhe disseram:
“Neste país de vales, onde pretendes ir, encontrarás um bom amigo.
Deves fazer oferendas antes de partir, para que tua viagem seja feliz.”
Orunmilá fez as oferendas. Ele ofereceu quatro pombos e oito mil búzios da costa.
Quando ele chegou lá, quando Orunmilá chegou naquele país de vales, ele tornou-se amigo de Erinlé.
Erinlé é um caçador.
Erinlé é também um guerreiro.
Erinlé é, além de tudo, um orixá.
Esta amizade foi grande.
Erinlé tomou dinheiro emprestado a Orunmilá. O montante deste empréstimo foi de doze mil búzios.
Quando chegou a hora de Orunmilá retornar à casa de Ifé, Erinlé teria de reembolsar o empréstimo.
Mas ele não tinha dinheiro. Ele sentiu vergonha e foi consultar Ifá.
“Onde poderei encontrar este dinheiro?”
Os adivinhos lhe aconselharam a oferecer um carneiro, um galo e um cachorro. Disseram-lhe, ainda, que deveria oferecer vinte e um sacos de búzios da costa.
Erinlé exclamou:
“Ah! Já devo doze mil búzios! Onde poderei encontrar todas estas coisas?”
Erinlé tinha um talismã nas mãos. A qualquer momento ele poderia, graças a este talismã, transformar-se em água. Quando ele assim o desejasse.
Erinlé foi, então, ao lugar onde costumava caçar. Pôs o talismã no chão e entrou terra adentro. Neste lugar havia uma jarra com água.
Seus filhos o procuraram durante muito tempo. Eles foram consultar Orunmilá para que ele examinasse o caso. Orunmilá lhes disse:
“Façam oferendas para encontrar vosso pai. Talvez não o vereis mais, Mas encontrarão um sinal dele.”
Disse-lhes, ainda, Que oferecessem sete cachorros, sete carneiros, sete galos e Vinte e um sacos de búzios da costa.
Os filhos de Erinlé fizeram as oferendas. Orunmilá lhes dissera, também, que deveriam ir com os carneiros, os cães e os galos, chamar pelo pai. E eles foram.
Percorreram todos os lugares onde Erinlé costumava ir. Quando chegaram ao local onde Erinlé entrara terra adentro, Encontraram seus instrumentos de caça: Fuzil, lança, arco e flechas. Todo o material que ele usava para caçar. E, bem no meio disso tudo, eles viram a jarra com água.
Esta água começou a escorrer.
Esta água era abundante.
Os filhos saudaram o pai assim:
“Oh! Erinlé, o caçador, retorne à casa! Nós oferecemos carneiro, cachorro e galos!”
E chamaram Erinlé, sem descanso.
Quando eles ofereceram estas coisas, o rio os seguiu no caminho de casa. Erinlé lhes disse para deixar os galos livres, no lugar onde os encontraram.
Os galos que naquele dia eles deixaram livres, são os galos que Erinlé cria perto de seu rio, até hoje. Ninguém ousa mata-los. Certa vez, pessoas ignorantes mataram alguns. Mas os galos ressuscitavam sempre. Desde que o prato estivesse pronto, Os galos saltavam da tigela, Batiam novamente suas asas – Puf! Puf! Puf! E iam empoleirar-se numa árvore Akô, Cantando de novo seu cocoricô!
No mesmo momento em que Erinlé, o rio, se pôs a correr, Oxum preparava-se para partir da cidade de Ijumu. Ela também se pôs a correr. E eles se encontraram perto de Edé. Ali onde se encontraram, o leito destes rios é suave – eles estão felizes. E o curso de ambos tornou-se um mesmo. Juntos, eles correm para a lagoa.


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Dan, Dagbe, Oxumare candomblé.

Índice

  [esconder

[editar]Òsùmàrè na África

É a cobra-arco-íris[1] em nagô, é a mobilidade, a atividade, uma de suas funções é a de dirigir as forças que dirigem o movimento. Ele é o senhor de tudo que é alongado. O cordão umbilical que está sob o seu controle, é enterrado, geralmente com aplacenta, sob uma palmeira que se torna propriedade do recém-nascido, cuja saúde dependerá da boa conservação dessa árvore.
Ele representa também a riqueza e a fortuna, um dos benefícios mais apreciados no mundo dos iorubás. Em alguns pontos se confunde com o Vodun Dan da região dosMahi.
É o símbolo da continuidade e da permanência, algumas vezes, é representado por uma serpente que morde a própria cauda. Oxumarê é um orixá completamente masculino, porém algumas pessoas acreditam que ele seja macho e fêmea, porém o orixá feminino que se iguala a Oxumarê é Ewá sua irmã gêmea que tem dominios parecidos com o dele.</ref> Enrola-se em volta da terra para impedí-la de se desagregar. Rege o princípio da multiplicidade da vida, transcurso de múltiplos e variados destinos.
De múltiplas funções, diz-se que é um servidor de Xangô, que seria encarregado de levar as águas da chuva de volta para as nuvensatravés do arco-íris.
É o segundo filho de Nanã, irmão de OsanyinEwá e Obaluayê, que são vinculados ao mistério da morte e do renascimento. Seusfilhos usam colares de búzios entrelaçados formando as escamas de uma serpente que tem o nome de Brajá, usam também oLagdigbá como Nanã e Omolu.

[editar]Oxumarê no Brasil

Oxumare - escultura deCarybé em madeira, em exposição no Museu Afro-BrasileiroSalvadorBahia,Brasil.
No Brasil, as pessoas dedicadas a Oxumarê usam colares (fio-de-contas) de missangas ou contas de vidro amarelas e verdes; a terça-feira é o dia da semana que lhe é consagrado. Seus iniciados usamBrajá - longos colares de búzios, enfiados de maneira a parecer escamas de serpente. Quando dançamlevam nas mãos pequenas serpentes de metal, apontam o dedo indicador para o céu e para a terra, num movimento alternado. A Suas oferendas são feitas de patosfeijãomilho e camarões cozidos no azeite de dendê
Na Bahia, Oxumarê é sincretizado com São Bartolomeu e festejado no dia 24 de agosto.
Certa lenda conta que ele era, outrora, um (Babalawo) adivinho, "filho de proprietário-da-estola-de-cores-brilhantes". Em outra lenda o mesmo tema aparece: "Este mesmo Babalawo Oxumarê vivia explorado por Olofin-Odudúa, o rei de Ifé, seu principal cliente". Oxumarê consultava-lhe a sorte de quatro em quatro dias.
Sua nação é o Jeje, onde é considerado como Dan, e tido como rei do povos Djedje (jeje) é uma palavra de origem yorubá que significa estrangeiro, forasteiro e estranho; que recebeu uma conotação pejorativa como “inimigo”, por parte dos povos conquistados pelos reis de Dahomey e seu exército.
Na nação Jeje, sua cor é o amarelo e preto de miçangas rajadas. Já no Ketu, suas cores são o verde eamarelo intercaladas. Porém essas cores definem apenas o fio-de-contas, pois todas as cores do arco-íris lhe pertencem.

[editar]Arquétipo

Seus filhos, assim como conta a lenda de Oxumarê, em sua maioria no início passam por muitas dificuldades, quase miseráveis, porém mais tarde, dando a grande volta em seu caminho, se tornando ricos, poderosos, e muitas vezes orgulhosos. Porém, nunca se negam a ajudar quando alguém realmente precisa deles. E não raro, é ver um filho de Oxumarê se desfazer de algo seu, em favor dos necessitados, com a maior facilidade, contrapondo seu estado de orgulho e ostentaçao, a exibir sua riqueza. Nessa fase estão no arco-íris, a fase mais doce e sincera que possuem.
São pessoas de temperamento fácil de se lidar estando calmas, porém, se tornam terríveis quando com raiva, representando nesse estado a Serpente, que vem trazendo o lado negativo de Oxumarê, o seu lado mais perigoso, que é a falsidade e a perversidade.
Tudo muda em suas vidas: Os amigos, os romances, as cidades que moram. Gostam de mudanças e quando a fazem, se tornam radicais. Podem desenvolver a bissexualidade, pois faz parte da característica deste orixá, que é 6 meses homem e 6 meses mulher, não que seus filhos tenham os dois sexos, mas que podem gostar e sentir atração por homem e mulher, de forma natural.

[editar]Duas fases de Oxumarê

Oxumarê dentro do candomblé, se divide em duas qualidades : - Oxumarê macho, representado pelo arco-íris _ Oxumarê fêmea, chamado de Frekuem, representado pela Serpente. Identificado no jogo do merindilogun pelo odu iká e representado materialmente e imaterial pelo candomblé, através do assentamento sagrado denominado igba oxumare. A entidade é 6 meses homem e 6 meses mulher, mas é considerado pai de cabeça e não mãe.

Referências

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

run de ogun

imagens de santos e manifestações do candomble














OS ORIXÁS E SUAS ORIGENS
 
      Quando falamos de orixá, falamos de uma força pura, geradora de uma série de fatores predominantes na vida de uma pessoa e também na natureza.


Mas, como surgiram os orixás? Quais as suas origens?

      Quando Olorum, Senhor do Infinito, criou o Universo com o seu ófu-rufú, mimó, ou hálito sagrado, criou junto seres imateriais que povoaram o Universo. Esses seres seriam os orixás que foram dotados de grandes poderes sobre os elementos da natureza. Em verdade, os orixás são emanações vindas de Olorum, com domínio sobre os 4 (quatro) elementos: fogo, água, terra e ar e ainda dominando os reinos vegetal e animal, com representações dos aspectos masculino e feminino, ou seja, para todos os fenômenos e acidentes naturais, existe um orixá regente. Através do processo de constituição física e diante das leis de afinidades, cada ser humano possui 01 (um) ou mais orixá, como protetores de sua vida, a eles sendo destinados formas diversas de culto.
      Um outro aspecto a ser analisado sobre a tradição de orixá e sua origem seria a de que alguns orixás seriam, em princípio, ancestrais divinizados que em vida estabeleceram vínculos que lhes garantiam um controle sobre certas forças da natureza, como o trovão, o vento, as águas doces, ou salgadas, ou então, assegurando-lhes a possibilidade de exercer certas atividades como a caça, o trabalho com metais, ou ainda, adquirindo o conhecimento das propriedades das plantas e de sua utilização.
      O poder axé do ancestral-orixá teria, após a sua morte, a faculdade de encarnar-se momentaneamente em um de seus descendentes durante um fenômeno de possessão por ele provocada.
      A passagem da vida terrestre à condição de orixá aconteceu em momento de paixão como nos mostram as lendas dos orixás.

SAUDAÇÕES:
 
      As saudações são muito importantes, pois é através delas que nós invocamos os orixás.
      Assim, vamos traduzir para vocês “As saudações dos Orixás e seus significados”:


Exu 
Kóbà Láryè 
aquele que é muito falante 
Ogun 
Pàtakorí 
exterminador ou cortador de ori ou cabeça 
Oxossy 
Ará Unse Kòke Ode 
guardador do corpo e caçador 
Xangô 
Kawó-Kábièsilé 
venham ver o Rei descer sobre a terra 
Oxum 
Orà Yè Yé Ofyderímàn 
salve mãezinha doce, muito doce 
Yansã ou Oyá
Èpàrèi 
venha, meu servo 
Omolu e Obaluayê 
Atótóo 
silêncio 
Yemanjá 
Èru Ìyá 
senhora do cavalo marinho 
Oxumaré 
Arrum Bobo(termo Jeje) 
senhor de águas supremas 
Nanã 
Sálùbá 
pantaneira (em alusão aos pântanos de Nanã) 
Oxalá 
Esè Epa Bàbá 
você faz, obrigado Pai 


INICIAÇÃO NO CANDOMBLÉ.

Para saber se uma pessoa precisa ser iniciada ou não, no Candomblé, o Babalorixá ou Iyalorixá consulta o jogo de búzios no merindilogun, onde terá as respostas. Essa é uma das formas de saber. A outra é quando uma pessoa vai assistir uma festa de candomblé e entra emtranse profundo. Esse transe é chamado de "Bolar no Santo" é a declaração em público do Orixá que quer a iniciação de seu filho, nesse caso o babalorixá vai consultar o jogo de búzios para saber qual é o Orixá e suas condições, se pode esperar ou se caso de urgência. Normalmente são feitos acordos com os Orixás para que aguardem até o filho ter condições financeiras e de férias para poder se recolher.
A primeira fase da iniciação ou feitura de santo na nação Ketu é de 21 dias, onde a pessoa fica em retiro longe da vida profana e dafamília, devendo desligar-se de tudo e dedicar-se totalmente aosritos de passagem. Saliente-se que todo o ritual da iniciação não é público. Saliente-se também que essa iniciação só pode ser feita por uma pessoa iniciada, segundo as normas do candomblé só pode transmitir o Axé quem os recebeu de alguém iniciado na obrigação de Odu ijè.
Quanto ao fato da pessoa ser recolhida para ser IaôOgan ou Ekedi, essa questão só é resolvida durante a iniciação. Se a pessoa entrar em transe será um Iaô elegun, se não entrar em transe e for homem, será um Ogan, se for mulher será uma Ekedi.

AXÉ
  
      A palavra Axé é de origem yorubá e é muito usada nas casas de Candomblé. Axé significa "força, poder, realização" mas também é empregada para sacramentar certas frases ditas entre o povo de santo, como por exemplo: Eu digo: - “Eu estou muito bem.” Outro responde: -“Axé!” Esse “axé“ aí dito equivaleria ao "Amém" do Catolicismo ("que Deus permita").
      Mas, o Axé ainda pode significar a própria casa de Candomblé em toda a sua plenitude. Daí, uma Yalorixá também ser chamada de Yalaxé(Iyálàse), ou seja, “Mãe do Axé” ou a pessoa responsável pelo zelo do Axé ou força da casa de Orixá.
      Axé também pode significar “Vida”. E tudo que tem vida tem origem. Chamar a vida é chamar o Axé e as origens. Os Orixás são Axé, os Orixás são Vida.

ODÙ
  
      A palavra odù vem da língua yorubá e significa “destino”. Portanto, odù é o destino de cada pessoa.
      O destino é, na verdade, a regra determinada a cada pessoa por Olodumaré para se cumprir no àiyé, o que muitos chamam de missão. Esta “missão” nada mais é do que o odù que já vem impresso no ìpònríde cada um, constituído numa sucessão de fatos, enquanto durar a vida do emi-okán ou espírito encarnado na terra.