segunda-feira, 7 de novembro de 2011

run de ogun

imagens de santos e manifestações do candomble














OS ORIXÁS E SUAS ORIGENS
 
      Quando falamos de orixá, falamos de uma força pura, geradora de uma série de fatores predominantes na vida de uma pessoa e também na natureza.


Mas, como surgiram os orixás? Quais as suas origens?

      Quando Olorum, Senhor do Infinito, criou o Universo com o seu ófu-rufú, mimó, ou hálito sagrado, criou junto seres imateriais que povoaram o Universo. Esses seres seriam os orixás que foram dotados de grandes poderes sobre os elementos da natureza. Em verdade, os orixás são emanações vindas de Olorum, com domínio sobre os 4 (quatro) elementos: fogo, água, terra e ar e ainda dominando os reinos vegetal e animal, com representações dos aspectos masculino e feminino, ou seja, para todos os fenômenos e acidentes naturais, existe um orixá regente. Através do processo de constituição física e diante das leis de afinidades, cada ser humano possui 01 (um) ou mais orixá, como protetores de sua vida, a eles sendo destinados formas diversas de culto.
      Um outro aspecto a ser analisado sobre a tradição de orixá e sua origem seria a de que alguns orixás seriam, em princípio, ancestrais divinizados que em vida estabeleceram vínculos que lhes garantiam um controle sobre certas forças da natureza, como o trovão, o vento, as águas doces, ou salgadas, ou então, assegurando-lhes a possibilidade de exercer certas atividades como a caça, o trabalho com metais, ou ainda, adquirindo o conhecimento das propriedades das plantas e de sua utilização.
      O poder axé do ancestral-orixá teria, após a sua morte, a faculdade de encarnar-se momentaneamente em um de seus descendentes durante um fenômeno de possessão por ele provocada.
      A passagem da vida terrestre à condição de orixá aconteceu em momento de paixão como nos mostram as lendas dos orixás.

SAUDAÇÕES:
 
      As saudações são muito importantes, pois é através delas que nós invocamos os orixás.
      Assim, vamos traduzir para vocês “As saudações dos Orixás e seus significados”:


Exu 
Kóbà Láryè 
aquele que é muito falante 
Ogun 
Pàtakorí 
exterminador ou cortador de ori ou cabeça 
Oxossy 
Ará Unse Kòke Ode 
guardador do corpo e caçador 
Xangô 
Kawó-Kábièsilé 
venham ver o Rei descer sobre a terra 
Oxum 
Orà Yè Yé Ofyderímàn 
salve mãezinha doce, muito doce 
Yansã ou Oyá
Èpàrèi 
venha, meu servo 
Omolu e Obaluayê 
Atótóo 
silêncio 
Yemanjá 
Èru Ìyá 
senhora do cavalo marinho 
Oxumaré 
Arrum Bobo(termo Jeje) 
senhor de águas supremas 
Nanã 
Sálùbá 
pantaneira (em alusão aos pântanos de Nanã) 
Oxalá 
Esè Epa Bàbá 
você faz, obrigado Pai 


INICIAÇÃO NO CANDOMBLÉ.

Para saber se uma pessoa precisa ser iniciada ou não, no Candomblé, o Babalorixá ou Iyalorixá consulta o jogo de búzios no merindilogun, onde terá as respostas. Essa é uma das formas de saber. A outra é quando uma pessoa vai assistir uma festa de candomblé e entra emtranse profundo. Esse transe é chamado de "Bolar no Santo" é a declaração em público do Orixá que quer a iniciação de seu filho, nesse caso o babalorixá vai consultar o jogo de búzios para saber qual é o Orixá e suas condições, se pode esperar ou se caso de urgência. Normalmente são feitos acordos com os Orixás para que aguardem até o filho ter condições financeiras e de férias para poder se recolher.
A primeira fase da iniciação ou feitura de santo na nação Ketu é de 21 dias, onde a pessoa fica em retiro longe da vida profana e dafamília, devendo desligar-se de tudo e dedicar-se totalmente aosritos de passagem. Saliente-se que todo o ritual da iniciação não é público. Saliente-se também que essa iniciação só pode ser feita por uma pessoa iniciada, segundo as normas do candomblé só pode transmitir o Axé quem os recebeu de alguém iniciado na obrigação de Odu ijè.
Quanto ao fato da pessoa ser recolhida para ser IaôOgan ou Ekedi, essa questão só é resolvida durante a iniciação. Se a pessoa entrar em transe será um Iaô elegun, se não entrar em transe e for homem, será um Ogan, se for mulher será uma Ekedi.

AXÉ
  
      A palavra Axé é de origem yorubá e é muito usada nas casas de Candomblé. Axé significa "força, poder, realização" mas também é empregada para sacramentar certas frases ditas entre o povo de santo, como por exemplo: Eu digo: - “Eu estou muito bem.” Outro responde: -“Axé!” Esse “axé“ aí dito equivaleria ao "Amém" do Catolicismo ("que Deus permita").
      Mas, o Axé ainda pode significar a própria casa de Candomblé em toda a sua plenitude. Daí, uma Yalorixá também ser chamada de Yalaxé(Iyálàse), ou seja, “Mãe do Axé” ou a pessoa responsável pelo zelo do Axé ou força da casa de Orixá.
      Axé também pode significar “Vida”. E tudo que tem vida tem origem. Chamar a vida é chamar o Axé e as origens. Os Orixás são Axé, os Orixás são Vida.

ODÙ
  
      A palavra odù vem da língua yorubá e significa “destino”. Portanto, odù é o destino de cada pessoa.
      O destino é, na verdade, a regra determinada a cada pessoa por Olodumaré para se cumprir no àiyé, o que muitos chamam de missão. Esta “missão” nada mais é do que o odù que já vem impresso no ìpònríde cada um, constituído numa sucessão de fatos, enquanto durar a vida do emi-okán ou espírito encarnado na terra.



humbanda

Maria Padilha
Rainha das Feiticeiras


A Espanha vivia dias de gloria. O ouro, a prata, vinham das colônias americanas.
Por isso, as festas na corte de Felipe II eram as mais alegres e duravam dias.
O vinho, as castanholas e guitarras, as mais lindas mulheres, alegravam aos nobres católicos.

 
E, no meio de todas as amantes do rei, a mas cobiçada e ardente era Maria Padilha, a rainha dos mouros .
Mas a política racista e fanática de Espanha, exigia a destruição de todos os mouros e de todos os judeus.

A Inquisição, com suas cruzes e fogueiras, seus juízes encapuzados, queria a morte da feiticeira sarracena.

Assim, nas trevas da noite, usando mágicas e ritos secretos, a moura desapareceu sem deixar rastro.

E hoje, passados cinco séculos, seu espírito, amante da alegria, da bebida e do sexo, retorna no mundo encantado e colorido da Umbanda.
Cercada de rosas rubras, vestida de vermelho e negro, ela nos mostrará seu poder, seus segredos antigos.
Araruê, Maria Padilha.
Salve Dona das Rosas, das farras das cortes do Além.

Nome: ExuOrigem: Nigéria

Filiação: Seus pais são Oxalá e Iemanja

Elementos: Fogo

Suporte: Porteiras e encruzilhadas dos caminhos

Domínio: Energia dinâmica de tudo que existe, sexualidade, multiplicação e expansão
Cores: Vermelho e Preto

Colar (guia): Contas vermelhas e pretas

Saudação: Laroiê!

Oferendas rituais: Farofa com dendê e pimenta, carne frita no azeita-de-dendê, charutos, fumo de corda

Bebidas: Aguardente de cana e outros destilados, vinhos tintos.

Animais: Bode, cabra, galinha-d`angola, galo, gato.

Vegetais: Pimenta-malagueta, pimenta-da-costa, perpétua, urtiga branca, urtiga vermelha.

Minério:Ferro.

Metal: Bronze.

Pedras: Rubi e granada.

Números: 3 e seus múltiplos.

Signos zodiacais associados: Gêmeos e Escorpião.

Dia da Semana: Segunda-Feira.

Influência: Os filhos de Exu costumam ser alegres, dinâmicos e atraentes e mostram grande vigor físico e sexual.

Flor: Cravo vermelho.

Fruta: limão-bravo.
 


























 
 

Jamais recusam ajudar os amigos, mas enfrentam com prazer os adversários.
Executam rapidamente suas tarefas e sempre esperam ser bem recompensados por isso adoram pregar peças com suas insolências e suas brincadeiras.

humbanda


Exu
Exu, o principio vital 

Dinâmico como a própria vida, associado á sexualidade, Exu é o mensageiro que liga o mundo dos homens á dimensão dos Orixas.
Primeiro dos filhos de Oxalá, o irreverente Exu representa a energia dinâmica de cada ser vivo, ele é também o mensageiro dos Deuses, o senhor dos caminhos e das oferendas.

 
Uma historia do candomblé conta que certa vez Exu devorou tudo que existia no mundo e depois restituiu tudo multiplicado.

As curas do Senhor Tranca Rua tem uma beleza rará seu Tranca Rua começa onde a medicina para, mais é um fato consumado que ninguém mais ignora para o senhor tranca Rua e um grande vitoria.

É por isso que ele é o primeiro a receber oferenda: para que as leve aos Orixas, e depois as devolva ao mundo dos homens, multiplicados, sob a forma do axé, ou seja, da energia vital do dinamismo e da expansão.
Laroiê seu Tranca Rua!


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Senhora Bombogira
Rainha das magias, encantamentos e feitiçaria. trabalha em magias para o bem e feitiçarias para o mau, são entidade muito poderosas, atrevidas e nada impede delas chegarem aos seus objetivos.
 
São muito vaidosas, com seus lindos vestimentos, muito perfumadas e vem encantar as festas nos terreiros, com suas cantigas setudoras que indicam quem elas são, encantam todos que estão no terreiro, com suas risadas.

Bombogira são entidades ambiciosas que adoram receber presentes, que são rosas, perfumes e jóias. são entidade que dão conta de seus trabalhos seja eles qual for.

Laroiê Bombogira, Laroiê Tata Mulambo.

lendas



Lenda de Oxaguian:

Oxaguian (forma Jovem de Oxalá), filho de Oxalufã, valente e guerreiro, desejava ter um reino a qualquer custo.
Dois reinos vizinhos estavam em guerras, e seus habitantes consultaram os babalaôs sobre o que fazer para conseguir que a paz voltasse a reinar entre os povos.

 
um dos sacerdotes lhes respondeu que eles deveriam oferecer a Oxaguian, O Orixa da paz que vestia-se de branco como uma pomba, a comida que ele mais apreciava: inhame pilado - conta-se, inclusive, que foi Oxaguian (que significa`comedor de inhame pilado`) quem inventou o pilão, para poder prepará-la. e assim os moradores agiram, após as oferendas terem sido entregues, a paz voltou a reinar entre os dois povos.

Oxaguian, então, tornou-se por todos conhecido, e conseguiu seu reino. ainda hoje são oferecidas grandiosas festas a este Orixá, visando fartura durante o ano todo.


Suas Ervas:

Alecrim de caboclo; alecrim de tabuleiro; alecrim do campo; angélica; araçá; barba de velho; baunilha verdadeira; calistemo; fênico; camélia; camomila marcela; carnaúba; cinco folhas; cipócravos; colonia; cravos da índia; erva de bicho; espirradeira; estoraque brasileiro; eucalipto cidra; eucalipto murta; fava de tonca; fava pichurin; folha da fortuna; funho; girassol; golfo de flor branca; guaco cheiroso; hortelã da horta; jasmim do campo; laranjeira; lírio do brejo; malva cheirosa; malva do campo; mamona; manjericão miúdos; manjerona; mastruço; mil em rama; narciso dos jardins; noz de cola; noz moscada; patchuli; poejo; rosa branca; saião; sálvia; sangue de Cristo; umbu. 


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Ogum:
Este Poderoso Orixá é irmão de Oxossi e de Exu, e conhecido como vencedor de todas as demandas, o Deus Guerreiro das frentes de batalha, vencedor de todas as guerras.
De natureza guerreira, segundo a lenda, Ogum deixou a casa de seu pai Oxalá muito moço para aventurar-se nos campos de batalha,
 
sentia-se profundamente atraído pelas guerras de seu envolvimento nas grandes batalhas nasceu o Amor, e do amor o Casamento, Ogum casou-se com Iansã a Deusa guerreira.

Não podia ser diferente para ambos a guerra era uma meta, mais desta vez o amor havia dominado suas vidas e este amor foi tão intenso, tão sublime que Ogum passou a habitar a terra entre os homens acredita-se que quando Olorum criou o mundo, deixou tudo como herança para o homem. este não sabia o que fazer com tudo aquilo diante de si, foi então que surgiu Ogum foi ele quem ensinou o homem a fazer ferramentas agrícolas para cuidar da terra em uma época em que o homem estava indefeso diante das feras selvagens.

Ogum ensinou entre outras coisas como fazer armas de guerras devendo se a ele o conhecimento da forja (confecção de instrumentos de metal) para os povos primitivos os utensílios agrícolas tinham igual ou mais valor que armas de guerra.
por tudo isso Ogum consagrou-se como o Orixá da agricultura, da guerra sendo ele o primeiro a confeccionar objetos o mais antigo dos artistas tornou-se o protetor dos artistas plástico.

A mesma mitologia também fala de Gunocô, uma espécie de criado de Ogum, encarregado de guarda no meio das matas as suas armas e ferramentas agricolas.
No Sincretismo Religioso Ogum e representado como São Jorge.
no entanto a uma variação de origem angolana que o sincretiza como Santo Antônio, mais vale lembrar que dentro do ritual são vários os tipos de Ogum vou citar alguns nomes.
Ogum Já, Ogum Vari, Ogum Omenê, Ogum Xoroque, Ogum Megê, Ogum Cariri, Ogum Tambocê, Ogum Jambam Buru, Ogum Icoce, Ogum Cacumbe, Ogum Rose Mucumbe, Ogum Xubará, e outros. Seja qual for ele é o Senhor poderoso em que sempre podemos cofiar nos momentos mais difíceis.
Ogunhê pata cori Gesso Gessi. SALVE OGUM.



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Oxossi:
É o Orixa Protetor das matas e das caças.Oxossi dança levando Ofá(arco e flecha), chapéu de couro ou adê com penas.Carrega capanga (bolsa de Couro onde guarda a caça).em seu ritual suas cores são Azul Claro e o verde. no sincretismo religioso, Oxossi é representado por São jorge e São Sebastião.
 
Em rituias do Candomble, como Angola, Congo e Caboclo, Oxossi, é conhecido pelos seguintes Nomes:
Mutalombo, Tauamin, Mutacalombo, Cobogira.

Uma Lenda:
Segundo a mitologia, Oxossi não nasceu Orixa. seu antigo nome era Odé, e era casado com Oxum.
Odé foi caçar no dia de Ifá era um importante Orixa, que proibia a todos de caçar em seu dia.

Odé não obedece os pedidos de Oxum(sua esposa) e vai para a mata caçar; depois de muito andar encontra uma grande cobra que era Oxumarê.
A cobra canta para Odé:

`Eu não sou bicho de pena para Odé matar`.
Sem atender, Odé a mata, e a corta em pedaços, colocando-a em sua capanga. ainda assim a cobra continua a catar.
Ao chegar em casa Odé prepara a cobra e a come, enquanto Oxum foge.
Ao voltar no dia seguinte Oxum encontra o marido morto, vendo no chão o rastro de cobra voltando para a mata.
Oxum desespera-se e vai chamar Ifá, que por sua Vez considera o fato e faz desaparecer o corpo de Odé.
Após decorridos sete anos Odé surge como Orixa, possuindo o nome de Oxossi.


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Oxum: 

É reconhecidamente a Deusa mais vaidosa do Candomble. dança sempre repleta de rendas finas, anéis, pulseiras, colares, brincos e uma coroa(Adê).Além de ser a Orixa da riqueza e da vaidade, Oxum e a Deusa dos riachos, cachoeiras; é a divindade do Rio Oxum, localizado na Àfrica. È considerada a dividade mais nova da àguas.
 

Suas cores rituais são o amarelo, dourado e azul claro.

Oxum carrega nas mãos o leque de metal dourado(abebê), arco e flecha(Obé, Ofá).

O arco e flecha que Oxum carrega se deve ao fato de ela ter sido esposa de Oxossi, que é o Orixa da caça. como este a maltratava muito, ela decide morar com Xangô, de quem se tornou a predileta, haja visto que Obá, a primeira esposa de Xangô, encontrava-se velha demais e sem condições de satisfazer o marido.
Podemos encontrar vários tipos de Oxum, tais como:

Oxum Aponda; Oxum ljimim; Oxum Yeyê Okê; Oxum Apará; Oxum Abalô; Aziri ou Tobossi; Miwá.

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Logun Edé:
Unico Orixa Adolescente Logun edé herdou força e beleza do seu Pai Oxossi, rei e caçador e da sua Mãe, a sedutora Oxum. Logun edé durante seis meses por ano vive na floresta mostra ser um caçador tão habil quanto seu Pai Oxossi, e se alimenta dos animais que abate, nos outros seis meses
 
logun assume forma feminina e vive nas Águas doces, como sua Mãe Oxum, alimentando-se de peixes dotado de grande beleza elegancia e poder de sedução, esse Orixá adolescente e Bissexual esta associado a fartura na caça e na pesca, e por extensão a riqueza e a fartura em todas as esferas da atividade humana.

Os filhos e filhas de Logun Edé se caracterizam pela elegância, pela beleza e pelo poder de sedução tambem costumam ser vaidosos ciumentos e de Gênio imprevisivel.

Essas ocilações de temperamento, refletem os traços contraditorios dos pais de Logun edé assim os filhos e as filhas deste Orixa, Adolecente pode ser solidarios individualistas e altivos como Oxossi ou comunicativo e sociaves como Oxum em geral alcançam o sucesso pois contam com a proteção dessas três divindades todas três associadas a fartura e a riquesa. 

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Yemanja:É um ícone muito importante para o povo Nagô. Ela é para eles representada como uma linda mulher que aparece com os seios descobertos, simbolizando a maternidade espiritual. No culto afro-brasileiro é uma das mais lendárias entidades.
 
O mito da água de maior aceitação é Yemanja, cultuada com grandes festas públicas, em especial nas cidades do Rio de Janeiro, Salvador, Aracaju e Porto Alegre.Há varias anos o ritual se repete nas praias do Rio de Janeiro. Milhares de pessoas se reúnem para homenagear a rainha do mar. Na festa do ano que se inicia, os fiéis levam oferendas a deusa em troca de terem seus pedidos atendidos.
Pó de arroz, flores, jóias, perfumes, manjar, mel... tudo é valido para agrada a rainha que enche de graça os filhos seus não há dúvidas de que esta é a maior festa oferecida a Yemanja, embora na Umbanda o dia consagrado em homenagem a ela seja, no Rio de Janeiro, oito de Dezembro e, na Bahia, dois de Fevereiro.
Nas comemorações de Yemanja se ofertam nas ondas do mar pequenos barcos enfeitados com fitas nas cores azul e branca, junto com flores brancas, águas de cheiro, pó de arroz, pente e espelho.
Os devotos deve colocar os presentes na sétima onda do mar quando Yemanja aceita e recebe a oferenda nas regiões de beira-mar, os atabaques de angola louvam e invocam Yemanja, a Rainha do mar.
Nos Candomblés Yemanja aparece vestida com suas cores rituais, que são o azul, rosa e branco. Leva na mão o abebê (leque de metal prateado), e o obé. Na cabeça, tem um adê de franjas de contas cobrindo-lhe o rosto. as contas brancas e transparentes formam sua guia (colar). As pulseiras são de alumínio ou qualquer outro metal branco.
No sincretismo religioso, temos Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora do Rosário, Nossa Senhora do Carmo, todas elas personificando a mãe d’agua.
Como curiosidade, verifica-se que Yemanja e lembrada e cultuada a todo momento na Bahia, cujo mar lhe pertence.



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Obaluaê:
O Deus da cura. Rei dos espíritos do mundo material, Obaluaê detém os mistérios da Saúde e da doença, da morte e do renascimento seu nome significa “Rei dos Espíritos do Mundo Material”. 
 
Clara Referencia do poder desse Orixá – Obaluaê é o Deus do mistério, inspira medo e respeito ele esconde seu rosto sobre um vestimento de Palha-da-costa material ligado aos ritos da morte e do sobrenatural.
Sobe a palha – Obaluaê se isola e oculta os segredos da morte e do renascimento da doença e cura.
Ele pode desencadear a varíola e outras epidemias mais também é o Deus da cura carinhosamente chamado de “médico dos pobres”.

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Nana, da terra e da água:
Nana é a mais velha das esposas de Oxalá, Nana é a deusa dos Pântanos e da lama, a mistura de água e terra de onde se originou a vida.
Deusa da felicidade, da vida e da morte.
 
Ela é chamada carinhosamente de “Vovó”, numa referência á sua ternura com as crianças e á sua antiguidade. De fato, em algumas historias do Daomé, sua terra natal, Nanã (ou Nanamburucu) aparece como criadora do mundo, no nível de Oxalá ou mesmo de Olorum, o céu.
No candomblé, Nanã é esposa de Oxalá.
Seu suporte é a lama, a mistura de água e de terra de onde surgiu a vida.
Esta ligada a riqueza, a fertilidade – e também á morte e ao renascimento, pois a terra alimenta os homens e depois os recolhe no seu seio.


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Exu:
Dinâmico como a própria vida. Associado a sexualidade Exu é o mensageiro que liga o mundo dos homens, a dimensão dos Orixás Exu o primeiro dos filhos de Oxalá irreverente Exu representa a energia dinâmica de cada ser vivo, associada a sexualidade e a multiplicação, ele é também o mensageiro dos
 
Deuses, O Senhor dos caminhos e das oferendas, uma historia do candomblé.

Conta que certa vez Exu devorou tudo que existia no mundo e depois restituiu tudo multiplicado.
E por isso que ele é o primeiro a receber oferenda:
Para que as leve aos Orixás e depois as devolva ao mundo dos homens, multiplicadas, sobe a forma do axé, ou seja, da energia vital do dinamismo e da expansão.. 

o gantois

Artigos
O GANTOIS
As origens do Terreiro do Gantois vêm do início do século XIX, quando escravas libertas fundaram o primeiro Terreiro Nagô do Brasil, que se chamou Ilê Axé Airá Intile, no bairro Barroquinha em Salvador-BA. Neste Ilê Axé, a mãe-de-santo Iyá Nassô veio iniciar na religião dos orisás. D. Maria Júlia da Conceição Nazareth, a fundadora do Ilê Iyá Omi Axé Iyamassê : o Terreiro do Gantois. As terras onde esse templo seria edificado foram compradas do francês Sr. Gantois, pelo cônjuge de Maria Júlia, o africano Francisco Nazareth de Eta. Mãe Maria Júlia faleceu em 1910. Para continuar seu trabalho os orixás escolheram sua filha, Pulchéria Maria da Conceição, que chegou a ser conhecida na época como "Pulchéria, a grande", por causa de sua altivez e suas atitudes enérgicas. Ela faleceu em 1918 e o terreiro do Gantois passou a ser dirigido, por cerca de quatro anos, por Jacinto Marciano Nazareth, seu irmão. Em 1922, a sobrinha de Mãe Pulchéria, Maria Escolástica da Conceição Nazareth -- Mãe Menininha -, foi escolhida para assumir as funções de Iyalorixá do Terreiro. Por sua solidariedade, sabedoria, bondade e energia, Mãe Menininha do Gantois foi o mito da história desta religião. Inúmeras foram (e ainda são) as justas homenagens prestadas a essa deusa, que levou ao mundo inteiro a cultura de seus antepassados. Depois de Mãe Menininha, falecida em 13 de agosto de 1986, assumiu a direção do Terreiro do Gantois Cleusa Millet, sua filha mais velha. A missão de continuar o trabalho de um mito foi uma grandiosa tarefa para a Iyalorixá, que realizou ainda mais obras civis e sociais, engrandecendo a história dessa casa. Mãe Cleusa passou para o mundo do Orum recentemente, em 18 de outubro de 1998. Desde então o Gantois vem cumprindo o de luto de três anos. Durante este período, várias atividades sociais e religiosas da casa têm permanecido suspensas, principalmente as cerimônias abertas ao público. Só depois deste tempo é que a casa, que fica no Alto do Gantois, no bairro da Federação, em Salvador, Bahia, voltará a realizar todas as suas funções.
Lendas
... comedor-de-inhame-pilado
Oxaguiã não tinha ainda este nome. Chegou num lugar chamado Ejigbô e aí tornou-se Elejigbô (Rei de Ejigbô). Oxaguiã tinha uma grande paixão por inhame pilado, comida que os iorubás chamam iyan. Elejigbô comia deste iyan a todo momento; comia de manhã, ao meio-dia e depois da sesta; comia no jantar e até mesmo durante a noite, se sentisse vazio seu estômago! Ele recusava qualquer outra comida, era sempre iyan que devia ser-lhe servido. Chegou ao ponto de inventar o pilão para que fosse preparado seu prato predileto!
Impressionados pela sua mania, os outros orixás deram-lhe um cognome: Oxaguiã, que significa "Orixá-comedor-de-inhame-pilado", e assim passou a ser chamado. Awoledjê, seu companheiro, era babalaô, um grande advinho, que o aconselhava no que devia ou não fazer. Certa ocasião, Awoledjê aconselhou a Oxaguiã oferecer: dois ratos de tamanho médio; dois peixes, que nadassem majestosamente; duas galinhas, cujo fígado fosse bem grande; duas cabras, cujo leite fosse abundante; duas cestas de caramujos e muitos panos brancos. Disse-lhe, ainda, que se ele seguisse seus conselhos, Ejigbô, que era então um pequeno vilarejo dentro da floresta, tornar-se-ia, muito em breve, uma cidade grande e poderosa e povoada de muitos habitantes.Depois disso Awoledjê partiu em viagem a outros lugares. Ejigbô tornou-se uma grande cidade, como previra Awoledjê. Ela era rodeada de muralhas com fossos profundos, as portas fortificadas e guardas armados vigiavam suas entradas e saídas. Havia um grande mercado, em frente ao palácio, que atraía, de muito longe, compradores e vendedores de mercadorias e escravos. Elejigbô vivia com pompa entre suas mulheres e servidores. Músicos cantavam seus louvores. Quando falava-se dele, não se usava seu nome jamais, pois seria falta de respeito. Era a expressão Kabiyesi, isto é, Sua Majestade, que deveria ser empregada. Ao cabo de alguns anos, Awoledjê voltou. Ele desconhecia, ainda, o novo esplendor de seu amigo. Chegando diante dos guardas, na entrada do palácio, Awoledjê pediu, familiarmente, notícias do "Comedor-de-inhame-pilado". Chocados pela insolência do forasteiro, os guardas gritaram: "Que ultraje falar desta maneira de Kabiyesi! Que impertinência! Que falta de respeito!" E caíram sobre ele dando-lhe pauladas e cruelmente jogaram-no na cadeia.
Awoledjê, mortificado pelos maus tratos, decidiu vingar-se, utilizando sua magia. Durante sete anos a chuva não caiu sobre Ejigbô, as mulheres não tiveram mais filhos e os cavalos do rei não tinham pasto. Elejigbô, desesperado, consultou um babalaô para remediar esta triste situação. "Kabiyesi, toda esta infelicidade é consequência da injusta prisão de um dos meus confrades! É preciso soltá-lo, Kabiyesi! É preciso obter o seu perdão!" Awoledjê foi solto e, cheio de ressentimento, foi-se esconder no fundo da mata. Elejigbô, apesar de rei tão importante, teve que ir suplicar-lhe que esquecesse os maus tratos sofridos e o perdoasse. "Muito bem! - respondeu-lhe. Eu permito que a chuva caia de novo, Oxaguiã, mas tem uma condição: Cada ano, por ocasião de sua festa, será necessário que você envie muita gente à floresta, cortar trezentos feixes de varetas. Os habitantes de Ejigbô, divididos em dois campos, deverão golpear-se, uns aos outros, até que estas varetas estejam gastas ou quebrem-se". Desde então, todos os anos, no fim da sêca, os habitantes de dois bairros de Ejigbô, aqueles de Ixalê Oxolô e aqueles de Okê Mapô, batem-se todo um dia, em sinal de contrição e na esperança de verem, novamente, a chuva cair. A lembrança deste costume conservou-se através dos tempos e permanece viva, tanbém, na Bahia. Por ocasião das cerimônias em louvor a Oxaguiã, as pessoas batem-se umas nas outras, com leves golpes de vareta... e recebem, em seguida, uma porção de inhame pilado, enquanto Oxaguiã vem dançar com energia, trazendo uma mão de pilão, símbolo das preferências gastronômicas do Orixá "Comedor-de-inhame-pilado." Exê ê! Baba Exê ê!
... Oxaguian encontra Iemanjá e lhe dá uma Filho
Houve um tempo em que os orixás viviam do outro lado do oceano. Mas depois tiveram que vir para o lado de cá, para acompanhar seus filhos que foram trazidos como escravos. Assim vieram todos e assim veio Oxaguian. Oxaguian veio boiando na superfície do mar, navegando no tronco flutuante de uma árvore. A travessia durou muito tempo, mas de um ano. Foi nessa viagem que Oxaguian conheceu Iemanjá, que era dona do próprio mar em que viajava Oxaguian. Logo se conheceram e logo se gostaram. Oxaguian era moço, forte, corajoso; Iemanjá era mulher bonita destemida e sedutora. Iemanjá engravidou de Oxaguian e nove meses depois deu a luz à um menino, que já nasceu valente e forte, querendo guerrear. Mais tarde chamaram o menino de Ogunjá, porque o guerreiro gostava de comer cachorro. Sempre que ia à guerra, a mãe o acompanhava e então todos a chamavam Iemanjá Ogunté.
Oxaguian, Ogunté e Ogunjá formam uma família de guerreiros. E eles são muitos festejados no Brasil.
... Orisa sem cabeça
Um dos mitos diz que Oxaguiã nasceu apenas de Obatalá. Não teve mãe. Nasceu dentro de uma concha de caramujo. E quando nasceu, não tinha cabeça, por isso perambulava pelo mundo, sem sentido.

Um dia encontrou Ori numa estrada e este lhe deu uma cabeça feita de inhame pilado, branca. Apesar de feliz com sua cabeça ela esquentava muito e quando esquentava Oxaguiã criava mais conflitos e sofria muito. Foi quando um dia encontrou a morte (iku), que lhe ofereceu uma cabeça fria. Apesar do medo que sentia, o calor era insuportável, e ele acabou aceitando a cabeça preta que a morte lhe deu. Mas essa cabeça era dolorida e fria demais. Oxaguiã ficou triste, porque a morte com sua frieza estava o tempo todo acompanhando o Orixá. Foi então que Ogum apareceu e deu sua espada para Oxaguiã, que espantou Iku. Ogum também tentou arrancar a cabeça preta de cima da cabeça de inhame, mas tanto apertou que as duas se fundiram e Oxaguiã ficou com a cabeça azul, agora equilibrada e sem problemas.

A partir deste dia ele e Ogum andam juntos transformando o mundo. Oxaguiã depositando o conflito de idéias e valores que mudam o mundo e Ogum fornecendo os meios para a transformação, seja a tecnologia ou a guerra.
Oxaguian - O guerreiro que não conhece a derrota! (Por Gil Bello)

Eis o Senhor do Dia, o Orixà do progresso e da cultura, o Orixà da vida e também da efervescência da vida, da discussao, da guerra e do avanço, da estratégia, da inteligência, do branco, do claro, do positivo e do masculino!!
Orixà moço, Oxalá criança, às vezes adolescente, não passando do jovem adulto Ajagunan!! Brinda o Universo com vida, com energia, com o lúdico e com a guerra e a cultura. Traz o Dia, traz o tempo, traz a evoluçao e o ritmo!

Este controvertido Orixà, apenas superado em controvérsia por Exù, já traz os paradoxos em sua criação. Pois para alguns ele é filho de Oxalà com Yemanjá, mas na grande maioria da cultura este Orixà é o próprio Oxalá, em idades mais tenras! Quando sua missao era outra que apenas a administraçao da Criação, mas sim a de lançá-la, de construí-la e de fazê-la possível! A natureza destes dois aspectos do mesmo Orixà é tao distinta e paradoxalmente semelhante, que ao mesmo tempo que o separa em dois Orixàs distintos, os une no mesmo Orixà ao final da compreensão do momento, missão e natureza deste Orixanlà (Supremo Orixà)!

Este Orixà é nascido do Odù Eji-Ogè, do primeiro alento de vida de Olorùn (Deus), com ele véio o dia primordial e consigo a vida! À ele Olorùn confiou a vida, o dia e a criaçao! Que não pôde realizar só, senão com a ajuda de sua irmã Odudua, nascida logo a seguir pelo Odù Oyekù e o surgimento da sombra emergida do brilho do dia e da vida, trazendo consigo a noite, o feminino, a morte. Ambos terminaram sob as ordens de Olorùn a Criação dos 9 mundos e do Aiyé (o mundo manifesto) e todos os seus habitantes, tendo como dinamizador desta relação o terceiro Orixà mais velho: Exù (esfera), aquele que faz girar o Axé destes dois princípios e que assim cria os caminhos possíveis para a realização do plano divino.

Conta uma lenda que, após espalhada a terra pela galinha de pata com cinco garras, desceram os Orixàs para construírem o Aiyé, vieram antes de todos Ogyan e Ogun. Trabalharam arduamente construindo o mundo, quando a espada de cristal de Ogyan se rompe sob o peso da terra e da pedra. Era o instrumento celestial de Oxalà frágil para lidar com a rude matéria. Sem saber como continuar, veio Ogun que havia presenciado o ocorrido, e ofereceu à Oxalà sua própria espada para q Oxalà continuasse a trabalhar. Enquanto Ogun continuou com as próprias mãos!! Devido a isso Ogun goza de eterno prestígio com Oxanguian, que sempre o abençoa em todo os seus empreendimentos e trabalhos!
Há uma relaçao muito íntima, sem dúvida entre Ogun e Ogyan, tanto que muitos devotos e até mesmo sacerdotes o confundem com uma “qualidade branca” de Ogun... somente o desconhecimento para levar a esta proposiçao, haja visto que o grande Ogun é um ébora, enquanto Ogyan é um Irunmonlè!...

Ogyan divide com Ogun algumas regências, como a guerra, o espírito de luta e o progresso cultural e tecnológico. No entanto são dois Orixàs absolutamente distintos, ainda q companheiros.

Ogyan é em si o Orixà da Vida, do Dia, do Masculino, da Guerra e do Progresso! Enquanto Ogun, primordialmente, era o Orixà da caça. Que deixou para seu irmão mais novo Oxóssi, enquanto foi se ocupar de “ganhar o mundo”. Com a ajuda de Ifà descobriu o FERRO e como manipulá-lo, era este o material que “ganharia o Mundo”, assim o metal seria o elemento mais necessário e mais respeitado neste plano de matéria, sempre rivalizando com o fogo sua hegemonia (donde se tira sua eterna rivalidade e contenda com seu irmao Xangô, o fogo). Quando descobriu o FERRO todos os Orixàs invejaram a descoberta de Ogun. No entanto, nem o próprio Ogun sabia exatamente o valor de tal descoberta. Foi sua parceria com Ogyan que o fez descobrir até em que extremo ele saberia explorar todo o valor desta descoberta. Pois Ogyan o estrategista efervescente, colocou Ogun para confeccionar todos os instrumentos que inventava! E assim Ogun e Oxalá produziram todos os instrumentos de labor, de cultivo, construçao e tb de guerra!! Sendo assim Ogun, o Orixà do Ferro, se tornou tb um dos patronos da construçao, do progresso, do trabalho, da agricultura e da guerra! Ainda se pode ver, em suas danças míticas, Ogun fazendo uso dos instrumentos que confeccionou, ao mesmo tempo que se pode ver, nas danças míticas, Ogyan apresentando cada instrumento criado por seu inventivo intelecto: A espada, a Lança, o Escudo, o pilao!...

Em outras lendas temos Oyà, mesmo no castelo de Xangô, sopra o fogo na forja de Ogun, para que ele possa confeccionar mais rápido a demanda de Ogyan de armas e utensílios para que este possa usar em suas batalhas! Tanto que ventos fortes e furacoes são tidos como prenúncios de guerra, pois seria o poderoso e apressado sopro de Oyà para acelerar uma enorme produção de armas para a guerra de Ogyan!

Assim sendo, Ogyan é o Orixà da Guerra, enquanto Ogun é um de seus patronos e um grande general de batalha! A distinção dos dois giraria na mesma distinção entre o Ares e a Atenas gregos, ambos deuses da guerra, tendo distinção na forma de guerrearem e da natureza do combate. Ogun e Ares (grego) são viscerais, sao furiosos, lutam corpo a corpo, brandindo sua espada com poderosa e inumana força, destroçando tudo o que estiver em seu caminho de guerreiro, sem muita distinção e discernimento, é o calor da batalha, a cegueira da fúria, o gosto pela violência e pela força, junto consigo está a companhia das forças mais obscuras do Universo, assim como Ares vem junto phobbos (medo), entre outras divindades obscuras e até mesmo demoníacas, Ogun vem acompanhado de Ikù (a morte) entre outras divindades terríveis!... Ogun furioso é uma força indomável e absolutamente terrível, contrastando com seu caráter humilde, reto e justo de trabalhador honesto e incansável quando está trabalhando diligentemente. Tanto que é um Orixà de justiça, muito severo, mas reto e verdadeiro. É um grande Orixà!!

Ogyan, assim como a Atenas grega, é um Orixà do gosto pela batalha como depuradora de verdades e otimizadora de progressos!! Possui o gosto pelo debate, pelo combate das idéias e dos conceitos em busca de uma síntese mais perfeita, é o criador da luta entre a tese e a antítese, em busca de uma superior síntese, que novamente será posta à prova, e assim incessantemente até chegar à perfeiçao que este Orixà almeja! É isto, ou NADA!! Assim configurando mais um aspecto de seu caráter dado a extremos! Ogyan gosta da luta, do confronto entre idéias e ideais, entre técnicas, entre modos, caminhos e objetivos para que assim ao final surja algo mais limpo, mais reto, mais claro, mais progredido! Não suporta em si o calor da batalha, nem a confusão em si, a violência, despreza a barbárie (é um Orixà da cultura e do progresso), a desonra, a covardia, o medo, tudo isso ele ignora. Mas se regozija da guerra quando esta consegue trazer a evolução e a depuração necessárias para que a vida cresça e ascenda a outro patamar de cultura e compreensao! A confusão e a guerra, é um instrumento que Ogyan utiliza para que faça saltar a verdade, e assim, uma vez liberta, que a justiça e o progresso se façam!! Um Orixà q busca trazer o valor à tona, utilizando de momentos de extremos, para que o vício ou a virtude se apresentem. É o brilho do dia, que com seu esplendor força os contrastres ao extremos clareando e definindo tudo! É a visão e a verdade! Nenhuma dissimulaçao ou meia-verdade resiste ao vigor de seu brilho que define as naturezas e traz à tona as verdades.

É um Orixà de estratégia, deixando o campo de batalha para seu companheiro Ogun, que se compraze com a violência do campo de batalha. Sendo assim Ogyan é o general e Ogun seu direto imediato! A Ogyan cabe os respeitos e a honra! Tanto que além da saudação digna aos Oxalàs: “Exe ê!” e “Epa Babà”, também exige o “Kabiesyi!” digno dos Reis!!

Ogyan é o inventor e Ogun seu artesão! Ambos espírito e técnica são invencíveis!! Sua parceria é algo tao íntimo que encontramos em diversas lendas a união dos dois! Em outra lenda mostra a natureza extrema de Ogyan e como foi importante a parceria com Ogun para encontrar um ponto de equilíbrio:

Ogyan sentia fortes dores de cabeça, pois seu Orì era demasiado branco! Era um excesso de vida e atividade, pediu auxílio e encontrou Ikù, que lhe disse que poderia resolver este seu problema, desta demasiada claridade, assim Ikù atirou sobre o Orì de inhame branco de Ogyan uma grande quantidade de Ossum, o que tornou a cabeça agora azul-marinha quase negra! Ogyan que sofria de imensas dores de cabeça devido à extrema claridade, agora era assombrado pelas trevas de Ikù (a morte). Uma extrema depressão e fobia tomou conta dele! Perambulando perdido pelas ruas, encontrou Ogun, que com seu Obè (espada) misturou os dois ingredientes (yan- inhame pilado e ossum) tornando a cabeça de Ogyan uma mistura das duas – branca e azul! Assim Ogyan pôde viver e prosperar, tendo sempre ao seu lado o seu fiel companheiro Ogun!

Esta lenda pode-se entrever a natureza extrema deste Orixà, às vezes muito branco, às vezes quase negro!! Ele nasceu de Eji-Ogbè (Eji-Onilé para o Merindilogun) um Odù de extremos! Às vezes os filhos de Ogyan, como é comum para os filhos de Oxalà, devido justamente à extrema brancura, sofrem de rinites, sinusites e outras alergias naturais à uma cabeça muito branca, assim como também a fotofobia, que a lenda relata. Também sabe-se que seu comportamento é de extremos, e muitas vezes após a sua disposição extrema até quase maníaca, eles caem depois em uma grande fadiga ou até mesmo depressão... Vão ao céu e ao inferno praticamente no mesmo dia. Mais uma vez os extremos da lenda. E os fantasmas, as situaçoes obscuras e mal-resolvidas, são os agentes de maior perturbação para seu filhos, que não suportam não discernir e resolver por completo uma situação. Necessitam sempre deixar tudo às claras!! Assim as trevas (as sombras) são o que lhes deprime e atemoriza! Assim, como é comum à todos os Oxalàs, não pode se ver manchado. Quando digo manchado me refiro ao “manchar o alà branco com dendê...”! Ou seja, manchar a reputaçao!!
E outro ponto muito interessante ainda a ser explorado nesta lenda é a questao do trabalho ser o ponto de equilíbrio para o Orì de Ogyan, assim como o afiado discernimento!

Quando aparece Ogun e com sua espada mistura harmoniosamente as duas tendências, na verdade Ogun e a espada são símbolo do trabalho e do progresso, assim como da batalha. Somente o trabalho pode reunir as duas tendências extremistas de Ogyan para um ponto em comum de progresso e saúde, que é o trabalho. A necessidade de Ikù participar da formaça da cabeça de Ogyan é pq os filhos de Ogyan sem temores, angústias e questoes a elucidar nao se movem, e assim ficam se ressentindo de tanto talento armazenado e não explorado! É a uniao da motivação, do talento, com a necessidade e a angústia o que faz eles se moverem!! Mas apenas a espada, ou seja, o discernimento afiado, que os filhos de Ogyan possuem por excelência, é que fará com que consigam aplicar tudo isto de modo equilibrado, saudável e proveitoso!! E isto será aplicado no trabalho, ou na batalha, fazendo emergir o valor, o novo, a virtude ou o vício, tudo para limpar o caminho e trazer o progresso! E como meta última, a perfeiçao! Não é necessário dizer que os filhos de Ogyan são perfeccionistas natos, e não perdoam a sua obra até atingirem a perfeiçao... nunca estará bom para eles, até que lhes pareça perfeito... Toda a obra para eles será sempre apenas um ensaio, a próxima será melhor, e talvez, a definitiva... Para um Orixà do progresso nunca existe a obra definitiva... e assim caminharão até à perfeição!

São, como todos os Oxalàs, altivos ao mesmo tempo que humildes. Existem muitas “qualidades” ou muitos Orixàs sob esta classificação... não pretendo aqui discorrer sobre todas que seriam um grande número... com todas as suas multifaces e idiossincrasias. Basta tentar classificar as maiores tendências.

Existe uma diferença em muitas casas que definem os Ogyans que portam pilão, e os Ogyans que portam espada. Assim os que portam o pilão seriam doces, progressistas e sociàveis, equilibrados. Enquanto os que portam espada seriam os desafiadores, os “encrenqueiros”, de humor instável e severos progressistas! No entanto ainda sabe-se que em outras casas, todos portam tanto uma quanto a outra, sendo apenas momentos do Orixà... e devendo ser acompanhado para buscar sempre estar equilibrando o Orixà.
Alguns Ogyans no entanto são mais infantis que outros, outros são mais guerreiros e dados à batalhas, e assim vai, dependendo do aspecto do Ogyan correspondente. Em comum todos possuem uma alegria inesgotável, um vigor invejável, uma mente brilhante e afiada, um discurso ainda mais reluzente e afiado! Uma mente criativa e por demais inventiva! Uma coragem de propósitos inigualável e uma rebeldia nata. A inconformidade é seu traço mais comum, para todos o bom pode ainda ficar melhor, e lutarão por isso!! Quado saciarem esta fome de perfeiçao, encontrarão a maturidade e a paz que no fundo é o que mais desejam...

Seu nome Oxanguian vem de uma lenda, em que o senhor de Ejigbô, este mesmo Orixà, gostava muito de comer inhame pilado, de tal modo que inventou o pilao, para que ficasse mais fácil de produzir sua comida predileta. Assim o chamaram, seus amigos de Oxanguian, que significa, Orixà comedor de inhame pilado!

Um dia Awoledjé, seu babalawó resolve partir em peregrinaçao após lhe dar sábios conselhos sobre como dirigir sua cidade recém conquistada. E realmente Ejigbó tornou-se a grande cidade que Awoledjé previra: Com grandes muralhas, grandes construções, luxo, exércitos, etc, etc, todo o luxo que um grande reino exigia. Awoledjé quando retornou mal reconheceu a cidade. E chegando aos porteiros da cidade pediu para ver o “comedor de inhames”, bastou para que os soldados ficassem absolutamente indignados com o tratamento desrespeitoso do forasteiro em relaçao ao seu querido Rei. E então, após surrá-lo bastante, o prenderam na masmorra mais fétida que havia. Muito triste com o tratamento recebido pela cidade que havia ajudado a fundar, Awoledjé invocou um encanto que trouxe a esterilidade e a seca para Ejigbó. Passado uns anos reinar estava impraticável... entao ogyan pediu para os adivinhos descobrirem o q se passava com seu reino. E Ifà lhes diz que um amigo foi preso injustamente em seu reino! Imediatamente Elejigbó pede para repassarem todos os veredictos do reino e é quando reencontra seu amigo Awoledjé, transfigurado pelos maus tratos recebidos. Oxanguian estava desconsolado... como ele podia ter feito isto ao amigo?? Imediatamente manda lavarem Awoledjé, o alimentarem com as melhores comidas, vesti-lo de branco (traje de honra) e após todo o tratamento convence a Awoledjé que retire o encantamento que secava o seu povo. Awoledjé aceita, mas impôs uma única condiçao: Todos os anos, no fim da seca, deverão todos os habitantes de Ejigbó dividirem-se em duas tribos que deveram golpear-se com varetas de madeira até estas se quebrarem! E é assim que até os dias atuais Ejigbó nesta época se dividem os bairros de Ixalê Oxolô e Okê Makpo para golpearem-se até quebrarem-se todas as varetas! Esperando que a chuva caia e a fertilidade retorne.

Esta lenda demonstra mais uma característica, além de Ogyan portar as armas acima referidas, também porta o Irukeré (rabo de cavalo branco) símbolo de sua realeza! E também a vareta de amoreira... demonstrando que possui também uma forte ligaçao e regència sobre os mortos... Ogyan, o Orixà da vida por excelência, também é o Orixà da vida após a vida! Sendo assim rege os mortos e sua lembrança viva...

Na natureza encontramos Ogyan no camaleão, nos primeiros raios do Dia, assim como no dia todo. Também encontramos seu axé em tudo o que é branco e puro, assim como também nas águas, sobretudo nos gêisers, fontes de águas termais e quentes! Pois ele é a água e o fogo do início dos tempos, a água vulcânica que presenciou a criação do mundo e criou a atmosfera, o ar, que gerou a vida neste planeta!!

Ogyan é tanto o Orixà da vida que é muito comum ser um Orixà favorito dos sacerdotes anciãos, pois ele é sempre o prenúncio de mais vida! Onde entra um omorixá de Ogyan, a vida se renova, o tempo de vida se prolonga, as atividades retomam força, os objetivos se redefinem ou se discernem melhor os ideais. Há um reavivamento em tudo!! E também o famoso lorogùm... aquele que limpa e define as coisas... o brilho afiado de Ogyan que define tudo, que exalta os ânimos, os vícios e as virtudes, que traz à tona à verdade, e os contrastes, colocando tudo em seu devido lugar. Nada mais se paira à sombra, o dia chegou!!
Tanto que em algumas casas, antes de se fazer um Ogyan busca-se acalmar sua cabeça de Lorogum. Existe um preceito muito simples e eficiente para isso.

Seu elemento: Ar e Água
Seu temperamento: Quente
Sua regência: Vida, criatividade, estratégia, a guerra, as invenções, a inteligência, o debate, o brilho, o dia!
Sua cor: o Branco, matizado de azul, cor que leva em honra à Ogun seu companheiro.
Seus instrumentos: a mão-de-pilao, a espada, a lança, o escudo, o irukeré (rabo de cavalo), o iruexan (vareta de amoreira).
Comida preferida: inhame pilado.
Animais consagrados: pombos brancos, cavalos brancos, camaleão, igbin.

Saudemos entao o grande senhor da vida!
Salve o grande guerreiro branco que desconhece à derrota!
Saudemos ao amanhecer do dia, quando surgirem os primeiros raios de vida e de luz!!

“Exeu ê! Epa Babà!! Kabiesy Oxanguian!!”

Axé!!